Vale a pena investir em energia solar para uso doméstico?
15/10/2025
(Foto: Reprodução) [inserir e publicar vídeo ID 14009362]
A instalação de painéis solares nos telhados de casas e empresas dos consumidores cresceu de forma acelerada nos últimos anos.
📈 Em 2022, essa modalidade não tinha expressividade na matriz elétrica brasileira. Hoje, já responde por 18,2% da capacidade instalada de geração. E a projeção do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é de que chegue a 24,2% em 2029.
Essa é a chamada Micro e Minigeração Distribuída (MMGD) - popularmente conhecida como “energia de telhado”. Ela se diferencia da energia solar centralizada, produzida em grandes usinas.
☀️🏠A “energia de telhado” ganhou um marco legal em 2022 e cresceu nos últimos anos impulsionada por incentivos financeiros que garantem bom retorno aos consumidores.
Além de dar mais autonomia ao consumidor, esse modelo também reduz as perdas, já que aproxima a geração do consumo.
E vale a pena investir em energia solar para uso doméstico?
De acordo com a vice-presidente de geração distribuída da Absolar, Barbara Rubim, para o consumidor que tem uma conta de luz acima de R$ 250 mensais, já vale a pena a instalação.
☀️ Ela destaca, no entanto, alguns pontos de atenção, como avaliar se o local recebe luz suficiente. "Se você tiver muito sombreamento no seu telhado, o desempenho do seu sistema solar vai ser prejudicado, porque o sistema de energia solar e fotovoltaica ele não gera energia elétrica pelo calor, pela temperatura, gera energia elétrica pela irradiação, pela luminosidade", explica Rubim.
🏠Também é preciso verificar a estrutura do telhado. As placas solares têm, em média, 20 quilos por metro quadrado, e pode ser necessário fazer reforços estruturais antes da instalação.
É preciso ter um telhado para chamar de meu? Outra dúvida comum é se a casa precisa ser própria. Segundo Rubim, não necessariamente, mas, se o imóvel for alugado, instalar um painel é considerado uma benfeitoria, então os acordos precisam ser feitos com o proprietário.
💵E quanto custa a instalação? Depende do tamanho da família e do consumo de energia. Em média, uma família de quatro pessoas gasta entre R$ 15 mil e R$ 20 mil para instalar o sistema. Os painéis, geralmente importados da China, têm ficado com preços cada vez mais competitivos.
E se o consumidor gera energia durante o dia, o que acontece a noite? A casa permanece conectada à rede de distribuição, então, nos momentos sem sol, continua recebendo energia da distribuidora normalmente.
🔋 Há também a opção de instalar baterias para armazenar a energia gerada. Isso encarece o investimento, mas pode ser interessante dependendo do perfil de consumo da família.
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Cortes na geração de energia e o paradoxo brasileiro
A maior participação das fontes renováveis na matriz elétrica brasileira impõe novos desafios. Um deles é o chamado curtailment - quando é preciso reduzir a geração de energia, mesmo com sol e vento de sobra.
➡️ O Brasil hoje vive um paradoxo. Em alguns momentos de excesso, precisa cortar a geração de energia renovável, e, em outros, aciona termelétricas, mais caras e poluentes.
Isso acontece porque, com a entrada das renováveis, a geração de energia cresceu num ritmo maior que a demanda. Em momentos de excesso de produção, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) precisa fazer os cortes de geração.
🎯 E a geração distribuída, a “energia de telhado”, está no centro desse debate. Com o crescimento acelerado nos últimos anos, ela é apontada por setores do mercado de energia como uma das principais causas desses cortes de geração, feitos para equilibrar oferta e consumo no país.
Essa energia também é injetada na rede elétrica de distribuição, mas o ONS não tem controle direto sobre ela, por isso não entra no cálculo do curtailment. Do ponto de vista regulatório, a MMGD está classificada mais como consumidora do que como geradora.
O setor discorda e afirma que culpar a geração distribuída é culpar o consumidor pela falta de planejamento e organização na expansão do sistema.
"Por isso que a gente precisa modernizar o sistema, pensar de fato em trazer o sistema de armazenamento de grande porte de pequeno porte, pra gente conseguir lidar com esse novo universo de geração de energia elétrica", disse a vice-presidente da Absolar.
"Ou a gente quer ficar preso no passado porque o passado é a forma mais fácil da gente operar a nossa matriz?”, questiona Rubim.
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Energy Brasil Solar/Divulgação