Reunião do Copom começa nesta terça e incerteza ronda o mercado: corte será de 0,25 ou 0,50?

  • 07/05/2024
Reunião do Copom começa nesta terça e incerteza ronda o mercado: corte será de 0,25 ou 0,50?

A reunião do Copom começa nesta terça-feira com a dúvida não vista desde agosto de 2023, quando o Banco Central iniciou o ciclo de queda de juros: o corte será de 0,25 ou 0,50 ponto percentual? A taxa atual está em 10,75%.

Na última reunião do Copom em março, BC sinalizou em seu comunicado a redução de 0,50 ponto percentual na taxa. Sem plural para não se comprometer com novos cortes. No entanto, neste período, os dados da economia americana pioraram, houve mudança da meta fiscal, e um período de alta do dólar levaram aos analistas considerarem uma queda menor, de 0,25 ponto percentual.

A fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que "se a incerteza continuar elevada como atualmente, “pode significar a redução no ritmo (de corte da Selic)”, também gerou alerta.

Na sexta-feira passada, o respiro veio dos Estados Unidos com a criação de vagas abaixo da esperada pelos analistas, mostrando que o mercado de trabalho pode estar desacelerando e acendendo assim a esperança de um corte de juros norte-americano agora no segundo semestre.

Na Bolsa, os contratos de opção do Comitê de Política Monetária passaram a indicar que a maioria aposta em um corte de 0,25 ponto: no fechamento de sexta-feira, 72% contra 27,50% que acredita em 0,50 ponto percentual. O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira mostrou que a mediana do mercado aposta que o ano vai terminar em algo em torno de 9,63%. Para esta reunião, a mediana da expectativas era de 10,25% há um mês. Esta semana foi para 10,50%. Ou seja, o mercado passou a prever um corte de 0,25pp.

Roberto Padovani, economista-chefe do BV, tem uma visão um pouco diferente, tanto que projeta que o BC deve cortar o juros até 9% este ano. Para Padovani, o Copom vai manter o 0,50pp nesta reunião , conforme anunciou no último comunicado, e depois fará cortes de 0,25pp. Segundo ele, a inflação está controlada e, para os próximos meses, pode ter resistência, mas não há expectativa de aceleração. Além disso, salienta, as tensões no Oriente Médio não escalaram e o mundo vai viver uma desaceleração, com as economias de China e Europa em ritmo ainda mais lento.

- Há ainda espaço para o Banco Central cortar juros e manter uma política monetária apertada. O juro neutro normal é em torno de 9%. Um juro a 10,75% ainda há espaço para cortar sem nenhum problema.

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